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Idade das Trevas

  • Foto do escritor: Welington Moraes
    Welington Moraes
  • 23 de fev. de 2017
  • 1 min de leitura

Eu vi as calçadas enlameadas num rubro tinto sanguíneo,

Sinal do extermínio a raça pobre pelas mãos do nobre cinzento:

Magro,

Ósseo,

Agorento;

Senhor das vistas,

Das vísceras e dos

Quintais.

E ouvi os ais de bocas professorais,

Espancados até os dentes dormentes pelo ranger,

Pela fome intelectual e

Pelo pau que bate e nada escuta.

Eu sangrei na luta medieval enquanto a catedral sombreava;

Enquanto a chuva lavava memórias,

Eu fiz a história dos restos.

Dos protestos eu relutei o tempo;

Do tempo eu construí as dores;

Das dores me levantei ao luto e em luta me construí nos braços;

Dos braços me vi entre irmãos;

Amargo fel e pouco pão,

A dor que ao peito aninha,

Ardor que nunca definha essa força de nascer feito esquerdo:

Sem domesticação,

Sem medo e

Sem fé no que é dócil.

É vocação esse negócio de sangrar em meio às trevas.

Sem concessões,

Sem ilusões e

Sem tréguas.

 
 
 

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