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Dos Silêncios de Outros Nós

  • Foto do escritor: Welington Moraes
    Welington Moraes
  • 23 de fev. de 2017
  • 1 min de leitura

É preciso falar sobre as coisas,

Sobre esse sobrepeso sobre o

Peito;

Sobre o ar que falta,

Angustiante,

Nas horas escuras do dia;

Sobre o bem-querer das flores,

Das dores,

Dos amores;

Do céu azul por si só ser;

E preciso falar sobre viver e

Não sobreviver só por falar;

É preciso falar sobre esses tempos.

Mas nos falta tempo.

Assim nesse sustento que é o

Dia,

Por faltar o tempo é que a fala sobre os tempos

Silencia;

E falamos sobre o tempo:

A chuva que se inicia;

O vento que destelhou tua

Casa;

O calor que abrasa a miopia da

Vida;

O inverno que congela a pupila do

Sentir.

É preciso falar do abraço esquecido;

Da cor da tua bochecha rosada quando

Ris;

Do arrepio na pele ao pôr do

Sol;

Do orvalho que sacia a folha

Verde;

Do fim da vida a morte que,

Sem sorte,

Nos alcança;

Da criança do mundo a esperança,

Que nos espera no limiar do

Desistir.

Mas falta tempo.

E falamos do esporte;

Da falta de sorte do sujeito

Forte,

Que por detalhes perdeu o

Título;

Dos problemas do Afeganistão;

Do preço alto do botijão;

Falamos de Marcos;

De Rita;

Da poeira que o olho irrita;

Falamos dos pormenores de

Nós,

Mas nunca falamos de nós.

É preciso falar das coisas,

Mas nos falta tempo,

Essa linha linha tênue amarrada no pescoço.

Quanto tempo falta até o nó

Apertar?

Por isso é preciso falar.

 
 
 

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