
Welington Moraes
Não sei se sou um poço raso de contradições profundas
ou um poço profundo de contradições rasas.
Nascer não é uma qualificação, todos nascem... Então pulamos essa. Joguei bola, soltei pipa, andei descalço – minhas primeiras paixões – algo muito comum da minha época de criança, então pode não ser um diferencial muito original, mas sei que fez toda a diferença. Na adolescência ganhei do mundo uma etiqueta de incompreendido. Ah! Está bom... Essa também é bem genérica, mas tive nesse período – no encontro com a poesia – um grande diferencial. Expurgando toda essa confusão pela ponta da caneta, encontrei uma nova paixão desconhecida. Paixão essa que me serviu de veículo a outras conhecidas paixões. Como são sinceros os beijos ganhos através dos versos...
Então vieram os trabalhos (muito e variados sem muita relação entre eles), CORREIOS, IBGE, GERDAU, até de roupeiro do time B do Figueirense cheguei a trabalhar. Com o inicio da vida adulta, momentos de tristezas. Outra vez a sensação de estar deslocado. A poesia continuava a segurar a barra, mas não era suficiente. Então veio o teatro, paixão maior. Aí foram peças e mais peças, estudo e dedicação. E escrita. E trabalho. E uma nova paixão, que deu origem a minha mais bela obra-prima: Sofia. Através da experiência do teatro quis trabalhar mais e mais minha criatividade.
Devo confessar que sou um pouco Dom Juan no que diz respeito às escolhas de minha vida. Mas se não assim, de que valeria a pena? Somente apaixonado pode um homem tornar-se diferente entre os demais. E igual, posso com toda a certeza dizer, não sou. Se você leu até agora e sentiu algo de desconforto logo acima do umbigo, um bater de asas acalorado subindo pelo peito, deve saber do que estou falando. Vamos juntos encher o mundo de apaixonados como nós, colorindo um pouco esse cotidiano cinza que nos cerca. Mostrando com criatividade e arte a beleza de não ser igual.



