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Dio[S]genes

  • Foto do escritor: Welington Moraes
    Welington Moraes
  • 11 de mai. de 2015
  • 1 min de leitura

Era uma vez um idiota,

De brancos dentes,

Cara torta,

Que sonhava em ser

Ninguém;

Um reles,

Um vulgo,

Um imundo,

Que nesse mundo soturno,

Se perdesse em meio ao

Pó;

Que aos outros desse dó,

Por ser um canis desprendido,

De latido ao vento

Perdido,

Para pulgas um assento,

Sem qualquer sentimento,

Sem herança ou olho

Claro;

Sem ninguém para amá-lo,

Sem ninguém para amar,

Se perder,

Se entregar,

Se encontrar ou

Merecer,

Até que enfim pudesse ser

O retrato mais primal,

Desse soberbo animal que é o

Homem,

Carregado de soberba bem ao ventre,

Abdômen,

Umbigo central do universo,

Reinante perverso desse complexo tear.

Somente assim estaria o idiota,

De brancos dentes,

Cara torta,

Preparado ao existir,

Sem ter no outro,

Ao sorrir,

A intenção no sentimento,

De ter um ganho,

Um aumento de sua própria

Condição;

De ser amado como o chão é

Amado,

Que pelo pé é pisado sem negar

A vocação,

De ser sempre chão,

Dia a dia,

Grão a grão;

Sobre os ombros,

Em compaixão,

Tendo aos homens carregado.

O idiota,

Poucos sabem,

É santo como a ignorância.

old-man-face.jpg

 
 
 

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