Sobre Tarraxas e Asas
- Welington Moraes
- 24 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
O homem atarraxado,
Sofrendo da mazela do mau olhado,
Maldiz a vida do livre pardal.
Lendo o jornal em suas manhãs xerocadas,
Em meio a sangue e torradas,
Tendo a amargura da sua boca no café estragando o gosto do dia;
O atarraxado vive em agonia por ter os seus dois pés pesados.
A repetição endureceu suas mãos,
Seu coração,
O seu sexo.
O nexo que busca da vida,
Da longa jornada sofrida,
Sãos os furos das suas tarraxas.
O prazer que busca dos dias,
São as palavras baixas e vazias que expurga em direção ao
Pardal.
Cuspindo-as em direção ao pássaro,
Tendo o céu de contra o seu ato,
Não aceitando do destino o fato,
De um bicho como esse ser livre,
O atarraxado recebe de volta,
Em sua face as palavras que solta,
Toda a mágoa que o reprime.
Enquanto isso o livre pardal,
Segue no céu a voar;
Proporcionando a quem sabe enxergar o
Planar de uma beleza sublime.

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