top of page

Operário

  • Foto do escritor: Welington Moraes
    Welington Moraes
  • 24 de abr. de 2015
  • 1 min de leitura

De quem é aquele corpo,

Que sob o barraco jaz morto de frio e

Inanição?

Suas mãos estão calosas,

Da rotina danosa de erguer tijolo ao

Chão.

Brasília foi ele que ergueu,

Batalhando em pleno breu,

Tateando o labutar;

Fez o centro da nação,

Dia a dia, pão a pão,

Conseguiu aguentar.

Serviço feito, obra pronta,

Recebeu então a conta de tanto sonho

Esperado,

Com o resto da família –

A mulher e a filha -,

No satélite foi jogado.

Ali a fome bateu forte,

O frio, prenúncio da morte,

Veio um dia lhe falar:

“Olha só que bela feita,

Que cidade perfeita tu vieste levantar.

Mas ela em nada te pertence,

Agora aceita, te convence,

Que aqui é teu lugar.

Esse casebre é teu esquife,

Tu para o mundo não existes,

Só tua força é necessária.

Morre...

Porquê de força acabaste e

Só o teu corpo em contraste,

Assim ante ao chão,

Revela a pintura da vida,

Essa obra esquecida,

Pintada por tua mão sofrida,

Vestida de ilusão.”

De quem é aquele corpo,

Que sob o barraco jaz morto de frio e

Inanição?

Talvez mais um para o estado,

Mas pelos conhecidos era chamado,

De seu querido João.

10612856_10202555912658971_3622070426133819313_n.jpg

 
 
 

Comments


Posts Destacados
Posts Recentes
Arquivo
Procura por Tags
Redes Sociais
  • Facebook Basic Square
  • Google+ Basic Square

© Todos os textos contidos neste site, incluindo peças de teatro, roteiros, contos e poesias são de autoria do titular, protegidos por direitos autorais de propriedade intelectual.

  • w-facebook
bottom of page