O Amor no Quintal da Esperança
- Welington Moraes
- 24 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
Num ataque visceral,
O dividido animal,
Mastigou sua cabeça,
Tão vazia de nascença
Quanto a barriga da criança,
No quintal da esperança,
Suja, imunda e marginal.
O reaça em plena praça,
Em combustão instantânea,
Sofrendo da dor cutânea,
Do calor da carcaça,
Vê a esquerda e lhe abraça,
Assim se amam ao solo,
Duo lindo em contra dança,
No quintal da esperança,
Sem afetar ao outro em dolo,
Sem machucar o olho alheio,
Que vê no amor a algo feio,
Que vê no feio o lindo amor.
A noite escura enlaça o mundo,
O animal infecundo,
A tela branca do destino;
Feito o menino que chora e
A tudo molha,
O chão,
O vão,
O sim e o não,
Na escuridão minha fé se esconde,
Minha dor percorre a nuca,
Enquanto os ímpios de conduta,
Tomam conta da verdade,
Velha senhora de idade,
Amante enamorada à liberdade,
Paixão proibida em horário nobre.
O mundo segue e o humano perde,
O animal dividido,
O casal e a libido,
A criança em pura fome,
A esperança que some e
A velha senhora de idade,
São faixas esticada na cidade,
No quintal da esperança,
Que segue perdida na lembrança
De um tempo onde o outro
Importava,
Onde se pensava e só o que gritava,
Era o som estridente do amor.

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