Maria, Maria [livremente inspirado por "A infanticida Maria Farrar", de Bertold Brecht]
- Welington Moraes
- 23 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
Nasceu em leito roto,
O jovem proto de leite escasso em
Teta.
Na proveta do leite provinciano de
Falo desconhecido,
O umbigo foi prontamente desligado
Do amante amado,
A[mal]g[amado] à alma que acalma a
Palma que vem a receber,
Sem saber de quem é a mão.
Como pode a mãe amar ao macho,
Sem saber o reflexo que por ele é
Produzido,
Sem ter-se ligado ao umbigo que ao feto
Traz afeto,
Alheia ao fato de estar afoita num momento
Tão solene,
A vida inicia perene num leito roto:
Ela sabe quem é o filho,
O filho desconhece o que é pai.
O proto nasce em meio ao nada,
A privada ao lado enfeia o leito,
Destino imperfeito ao feto sem afeto,
Intelecto que falta a mãe sem barriga,
Jovem infanticida Maria Farrar,
Hoje irá findar a malnascida vida;
Mas vós, por favor, não deveis
Vos indignar.
Toda criatura precisa da ajuda dos outros.
Toma o bebê aos braços e num
Forte abraço, abraça-o ao ventre.
Uma única lágrima escorre a face,
Emoldurando o enlace de im[perfeito] amor.
Hoje o filho morreu a morte que
Mata a mãe, um pouco, [amarga]mente,
Dia a dia.

Comments