Prometeu Acorrentado
- Welington Moraes
- 14 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
Preso, acorrentado monte acima,
Condenado a ter na mente a lembrança,
De tudo,
Vida adulta,
Tenra infância,
As dores e os sabores em alternância,
A vida que viveu,
A liberdade,
Agora transformada em saudade,
Quadros de um filme envelhecido,
Projetados em olhos embebidos nas puras
Lágrimas de sentimentos,
A deidade,
De quem esta fadado a recordar.
Santo quem sabe acordar,
Tendo o dia póstumo esquecido,
Tendo a mente branca,
Uma nova tela,
Que a cor em sua trama não revela,
Que a arte em sua essência não retrata,
O tempo que escorre em cascata,
Dias que edificam o existir.
Feliz aquele que,
Efêmero,
Olha o outro homem no espelho e
Pergunta:
"Quem és tu, desconhecido?
Que segredo carregas atrás do ouvido,
Que pecado veste em preto tua alma?"
Esse que carrega à face a calma,
De somente no instante
Existir,
De ter a lembrança solta ao vento,
De saber que vive o momento,
Sem ter o momento a lhe
Ferir.

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