Sobre Filas e Tédios
- Welington Moraes
- 8 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
Observo-te, Sorris sem jeito, Provo de teu corpo em pensamento, Já não cabe aqui a inocência então suspiro alto, Pessoas nos cercam não estamos sós, Tua face ruboriza, Há uma velha que se benze, Meu desejo quebra a parede invisível do tédio e Incomoda a monotonia do viver. Desde o alto monte chamado desejo, Até teus olhos de pura e jocosa malicia, Vai a minha tênue razão devorando-te. Olhos viram bocas marotas, absortas, famintas. Amo-te ali na fila do banco sem tocar-te, De roupas e receios, Entre o ruivo de sardas e a senhora pudica, Tendo a monotonia esperando junto na fila. O tempo ficou para depois, O tédio ficou para depois, As contas, Estas também esperam. Junto do prazer vem a realidade, A fila andou, O caixa chamou, Fostes embora. A vida segue seu rumo, o tédio retorna e eu espero, Talvez na fila de algum destino te encontre novamente.

Comments