Olhares
- Welington Moraes
- 8 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
Ela tinha olhos afogados em mágoas. Marejados olhos azuis, Faziam das lágrimas um oceano. E eu sentia tanta falta de mim mesmo. As borboletas, Indiferentes ao sofrimento, Coloriam o teto da sala. O tempo passava pesado, Testemunhava o tédio, Movendo-se inútil rumo ao fim da vida. Tudo tem um fim. O amor assim como a dor vicia, Carícias antagônicas ao mesmo ego. Que saudades que tenho de brincar no parque, Sem incertezas, Tendo um vasto mundo a me esperar, A me engolir. Ela tinha olhos salgados e a boca doce. Eu vagava preocupado, Com coisas tão importantes que agora não me lembro. Eu não a amava apenas me amava nela, Ela sofria, Eu nunca percebi. Ela tinha olhos úmidos e um coração quente, Olhos de saudade, Olhos perdidos como um sonho, Olhos de calmaria, Olhos que nunca mais poderei ver.

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