Grande Circus Veritas apresenta: A Marionete
- Welington Moraes
- 8 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
Eu sou uma marionete. Mas não sinta pena, Pelo menos me dou conta disso. Sorrisos, aplausos e consagração, Aposto que o grande artesão estava de bom humor quando criou esta tríade. Meu dever no mundo é ser manipulado e, Para ser sincero, Até gosto. Noites de espetáculo me deixam brilhando... Um pouco de óleo para madeira também ajuda. Moro numa caixa apertada, Tudo que minha condição de artista pode oferecer, Sou propriedade do grande manipulador Tevus, o outro. Tenho nos holofotes o meu sol, Conheço tudo o que diz respeito ao picadeiro, E lá fora não existe nada. Faço tudo sempre igual, uma rotina de apresentações, Mas nunca me canso, Já Tevus está sempre cansado, dedos machucados e voz rouca. Já pensei em me libertar, Mas para que? Vai que um dia eu fique igual a Tevus. Aqui no Grande Circus tenho grandes amigos, O elefante amestrado, A pomba da cartola que não voa (a pomba, não a cartola), O leão banguela, A mulher barbada e Tevus, meu manipulador. Meu sonho é aposentar-me no circo e ser transformado em lenha para fogão, E o seu qual é?

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