Vida: Ato Único
- Welington Moraes
- 8 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
No palco da vida sou amador, Porém a dor que sinto não amo, Sou assim feito lágrima, Sou assim feito riso, Sou amigo de mim mesmo, Sou poeta, Sonhador. No palco da arte sou alma e sofrimento, Sou tormento e tormenta, Sou pimenta ardida na língua de quem não presta, Sou vento, sou aresta, Sou luz invadindo a prisão, Sou assim anão, Gigante perto de todo mundo, Sou raso e profundo, Sou mania e sou paixão. No teatro amo a todos, Menos um, Eu. O eu que tantos vivem a invejar, Mesmo assim continuo a amar aqueles que foram embora, Como quem ama uma catapora que no corpo fica a coçar. Que bom que sarei desse mal, Hoje eu sou anormal, Sofrendo sempre, mal de quem sente um sofrimento chamado vida, E a vive assim sempre indo a fundo, Nas incertezas do mundo louco sempre a girar, E vive aprendendo a amar e colocando no palco as perguntas que ninguém ousaria Perguntar: Serão possíveis os humanos, sem nenhum interesse amar? Hoje eu sou poeta, Sou ator, Escritor. Amanhã serei pó, Pisado e amassado, Sempre serei lembrado pelo esquecimento de quem não se importa, Serei sempre porta, janela, telhado e tufão, Serei sempre furacão, raiva, incerteza e beleza, Oculta aos olhos medíocres que preferem sempre a certeza daquilo que os outros dirão, Que preferem o que é mais fácil, Viver sem ter no prefácio a verdade de um coração.

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