Sobre Máquinas e Humanidade
- Welington Moraes
- 8 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
O homem-máquina se repete dia a dia. Sua realidade está impressa em reflexos, Em fragmentos de uma vida que não é sua, Imagens repassadas por ensinamentos datados, Uma coletividade iludida em busca da verdade, Porem qual verdade? O homem-máquina carrega no peito um vazio metal, Carrega nos ombros o peso que não é só dele, Olha, com seus olhos de vidro, Caminhos, Estradas, Riachos, Lugares que nunca conheceu, Nem nunca conhecerá. O homem-máquina chora lágrimas de óleo diesel. Ele acorda sempre ao mesmo horário, Lê sempre as mesmas noticias, Vê sempre os mesmos programas, Come sempre a mesma comida, Emociona-se com representações, Grita e mostra os dentes torcendo por ilustres desconhecidos, Sofre sempre do mesmo vazio, Aquele vazio metal, Irracional, Procura pela verdade em outros, Teme por seu coração mecânico, Vê o velho joelho ranger, Ama mais o objeto amado do que o sentimento de amar, Desliga-se a noite... Então sonha em ter no peito um verdadeiro coração pulsante, Com veias, carne e sangue, Sonha com a felicidade, a humanidade que se perdeu, A verdade, Sonha em não ter dinheiro, Não saber o que ele é. Sonha em caminhar por ruas desconhecidas, Olhar rostos desconhecidos, Amar pessoas desconhecidas, Sofrer de um novo sentimento desconhecido, Aprender a viver, Deixar de ser máquina e voltar a ser homem. Sonha, Até ser despertado por uma máquina. O homem-máquina se repete dia a dia...

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