Sobre Cacos de Vidro
- Welington Moraes
- 8 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
Na cristaleira de peças perfeitas qual o mundo se tornou, Sinto-me partido, Um reles caco de vidro, Pronto a cortar quem o toca. No mundo de príncipes versados por Fernando, Não existem mais fulanos e Sobram títulos de nobreza. Sobram ases sobre a mesa de um jogo já perdido, Sobram narcisos sem um lago, Sobram virtudes e não pecados, Onde reina a hipocrisia. Assim caminha o cortejo, Ao som de um realejo que evoca o que é belo, Sobram em demasia heróis, Por falta de barcos, Sobram faróis - No mar que o mundo reflete. Retrato de um belo esquete onde há reis e não palhaços, Em mim só resta o asco de quem não pertence a essa Trupe. Antes que o mundo caduque, Antes de tudo quebrar, Espero um dia encontrar um caco assim como Eu. Um pobre e verdadeiro plebeu, Que erre e sofra ao errar, Que tenha se desiludido ao amar sem nunca desistir do Amor, Que saiba aprender com o temor de ser simples Num mundo complexo, De ser na verdade um reflexo, Do humano e falho pensar.
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