Multidão de Solitários
- Welington Moraes
- 8 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
Estava só na multidão. Caminhei sem saber o porquê de estar ali, Sem vontade de ser visto, Ser bem quisto, Sem vontade de ser. As pessoas riam com a boca escancarada, Nos olhos traziam o vazio das almas tristes. Hoje se ri até da tristeza. Eu não queria rir, Sabia que não faria diferença, Chorar também não me aprazia, Lágrimas servem apenas para matar a sede da melancolia, Companheira tantas vezes desprezada. Eu queria apenas saber caminhar na direção certa. Tem dias que a saudade me abraça, Assim, Só ela, Tenho saudade das coisas etéreas, daquelas sem nome e que não conhecemos. Tenho tanta saudade daquilo que não conheço. Ser mais um na multidão é fácil, A solidão é para poucos, Quando se está só é preciso encarar a pessoa que mais se teme, Sem mentiras, Sem perdão. Sem desculpas. Ontem vi a esperança caminhando na multidão, Carregava apenas um leve sorriso, Falso, Nos lábios.

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