Fui ao Teatro Ontem
- Welington Moraes
- 8 de abr. de 2015
- 1 min de leitura
Esperas satisfeita o trem, Que te livrará da real dimensão de tua tristeza, Da tua vida enclausurada de antes. Um foco de luz nada mais, A tua volta somente trevas e outras que São assim iguais. A tua mudança é uma liberdade imposta, Montas para o futuro A espera. E esperas. Esperas. A vida passa e nada acontece. Assim esperas. Surgem loucuras condensadas, Reflexos de uma vida, Relógios que marcam o tempo, A ilusão; Assim esperas... Surgem artistas, Interrompidos pelo cotidiano, Insuportável cotidiano, Sempre a apitar nos frágeis ouvidos das belas Flores. Sorte de quem não o ouve, Uma dançarina surda talvez, Ela dança e não escutas a música. “Pobre insana!”, Muitos pensam. Eles também não conseguem escutar. Esperas um trem que atrasa O tempo, A vida, O espetáculo. Não podes ir embora, Há de existir um sentido, Quem em sã consciência deixaria a vida sem sentido, Impulsos são para insanos. Insanos são os artistas e as Dançarinas surdas. E aquele músico que insiste em tocar, Que vai sempre em frente. Segues em frente, Deixas a vida, O palco e A história sem nexo. “Insanas!”, Alguns pensam. O cotidiano segue sua rotina, Acerta novamente os ponteiros do tempo, “Outras chegarão com pesadas bagagens.” Fui ao teatro ontem, Esperei por um trem que não chega, Por um fim que não veio, Por um impulso insano e Segui em frente. Tenho que comprar camélias, Três lindas camélias, Uma para cada minuto insano de meu novo despertar...

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