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Ao Meus Amigos Humanos

  • Foto do escritor: Welington Moraes
    Welington Moraes
  • 8 de abr. de 2015
  • 1 min de leitura

O ator é um errante solitário que caminha por uma estrada que é só sua, Perpendicular a ele vão os outros. Cada um rema sozinho um canoa que navega um rio diferente, Herança de Guimarães, Sofrendo solitários de uma tristeza indivisível, Pois assim o sentimento é: Visão única de entender, Razão única de enxergar. Falo de teatro, pois o teatro é vida, Dividida em atos, ações e emoções. Permissões de um deus bêbado que por ser demasiado humano amava o ato de amar, Os prazeres que o corpo oferece, A arte que alimenta banquetes. Mas fácil o teatro não é. Ele entorpece a razão, Atiça a emoção, Embaralha a percepção de tudo que existe, Insiste em desafiar quem lhe quer, Insinuante como uma mulher que desdenha o objeto amado. Assim, desafiando-o a querer sempre mais, Um querer que às vezes machuca, Dor percorrendo a nuca, Parando onde o amor começa, Deixando a alma sempre em festa. Uma festa de solitários, Vários focos, Arquétipos, Muitas máscaras. Pouco é o entendimento sobre esse amor maluco, Essa paixão de suicidas, Todo ator ama o abismo que tem a frente de seu ofício. Mas não tema por nós, Não caímos, pois sabemos voar, Não morremos, pois há sempre outra sessão, Não sofremos, pois as lágrimas alimentam, Não atuamos na vida, pois há no palco um espelho, Não somos humanos, somos atores. O ator é um errante solitário que caminha por uma estrada que é só sua, Perpendicular a ele vão os outros, Em fila, Esperando a morte chegar.

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